Uma história que arde e queima do início ao fim.
Em poucas palavras, o romance trata dos fundamentos da amizade. Dois homens, amigos desde a infância, passam quarenta e um anos sem contato, após o desaparecimento repentino de um deles e de um acontecimento misterioso que envolve a esposa do general, o amigo que fica. Igualmente sem explicação, esse amigo reaparece após esses quarenta e um anos e o general está preparado para um acerto de contas.
Fiquei impressionada com a capacidade do autor em capturar a atenção da leitora ao longo de todo o texto. A partir da chegada do outro na casa do general, o livro se torna praticamente um monólogo do general expondo os acontecimentos, sob seu ponto de vista, e elocubrando sobre as motivações e sentimentos do amigo. Apesar do que pode parecer, o texto é surpreendentemente instigante.
Igualmente interessante é ler o posfácio, que apresenta a história de vida de Sándor Marai e perceber paralelos com a personagem ficcional do general. Ele próprio, autor, passou muitos anos em um isolamento completo e viveu quarenta e um anos em exílio voluntário, até desistir da vida e cometer suicídio.
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